sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Textos Meus!

Pessoal,
aqui vai o primeiro texto escrito by myself, como incentivo para mandarem os seus textos, poemas, vídeos, imagens, etc... para o NewsLitArt. Quem sabe o próximo destaque nos Melhores do Mês será seu?
Aqui vai:

Duplicata
Minto por castigo, minto por respostas ou minto por prazer?
Nesses tempos tudo o que tenho feito aqui é mentir, enganar, roubar e matar.
Não no sentido de matar vidas, mas no sentido de matar corações.
Quem eu sou? Porque estou fazendo isso?
Sinto um aperto dentro de mim que certamente não é meu. Nunca me senti assim na vida, por nenhum outro ser humano. Não faz sentido!
Não me importa de qual forma seja tal pessoa. Homem, mulher, parentes, amigos, inimigos, desconhecidos, crianças...nenhuma importância fizeram à mim.
Na minha vida não existem gentilezas, na minha vida não existem paixões ou sentimentos.
As únicas companhias que eu tive foram a doce carícia da ganancia e a firmeza e rapidez da superficialidade, e só.
Nada mais me importava do que ter apenas sorte, vida fácil e dinheiro. Dinheiro vivo, sem nem ao menos querer saber se era limpo ou sujo. Ah! E não posso me esquecer de citar isso, o meu complemento de vida que me largou nessa situação: Os tão conhecidos dez minutos de prazer.
Chegando em minha casa olhei ao redor. Um apartamento na Zona Nobre da cidade, um lugar espaçoso, fino, perfeitamente acolhedor, especialmente para alguém com meu porte de exigencias. Fugi da rotina de chegar e me aconchegar no meio da minha cama king size. Só de pensar nela me vinha no peito o vento do vazio. Fiquei na sala.
Antes de me deitar no sofá, senti vontade de cobrir o vazio que a pouco tempo ja me causara dor de cabeça com os seus assombros.
Na cozinha, tentei me esquecer dos problemas com um copo de bebida alcólica, mas a cada gole que tomava a dor só aumentava.
Mergulhado em pensamentos sofridos de minha infância, senti a raiva, o rancor e o arrependimento, subirem em meu rosto. Apertei o copo e o vi se quebrar contra o chão da cozinha. Via minha imagem refletida a luz fraca nos cacos e no líquido derramado sobre o piso.
Como pode uma coisa tão pequena, tão frágil, vulnerável e sem noção ter feito isso comigo?
Eu sabia que a resposta estava na cara. Ela tinha vindo puramente de mim. Eu a pus nesse mundo mesmo sem saber, e agora ela estava sozinha. A mãe a havia abandonado, e eu ainda tive que vê-la sendo feliz, bem cuidada, e ainda por cima amada por pessoas que nem a conheciam, que nem sabiam quem ela era. Sem saberem quem eu era. Pessoas totalmente diferente das que conheci, e que "cuidaram" de mim quando tinha a idade dela, em meus primeiro anos de vida.
"Nunca deixem que ela saiba alguma coisa sobre mim." Foi oque eu disse ao casal antes de partir, e abandoná-la também.
"Como você pôde?"Perguntava-me a consciencia, me acusando, xingando, afirmando que eu não tinha coração. E de repente, só depois de ouvir aquelas palavras de mim, foi quando eu reconheci a imagem que se refletia aos meus pés: A imagem de um ser torturado, frágil, machucado e arrependido dentro da pele de um bandido, hediondo, moribundo...condenado, e ainda por cima mentiroso. Essa era a minha imagem. A fraude era a minha Duplicata.

Um comentário:

TALITA OLIVEIRA disse...

Adoreiiiiiii!!!!
Parecia que eu estava lendo um fragmento de algum livro, e quis saber o final da história!
Vc leva muito jeito para escrever!!!
Coloque mais textos de sua autoria!!!
beijokas e boa semana! :)